segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O incêndio

Há cinzas por todos os lados
Os espelhos foram todos cremados
Mas eu não preciso deles
Para saber o que meu rosto diz
Dou socos no ar, e grito
"Está tudo queimado, mas eu não morri!"

Mas talvez eu esteja enganado
Sinto que as labaredas não se dissiparam
E que por dentro eu queimo
São os resquícios do incêdio que estão em mim

O fogo, com seu senso de ironia
Queimou toda a mobília
Sala, copa, banheiro e cozinha
Para me deixar para o fim

Então de repente, de forma latente
Palpita em minha cabeça a mitologia
A fênix que queima e renasce
Os sonhos me invadem, grandiosos
Meu coração ardente clama por misercórdia
Mas não iremos fazer isso pela glória
Vencer é questão de sobrevivência
Se o fogo não tem clemência
Eu não tenho mais o que perder.

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