sábado, 1 de janeiro de 2011

Os mortos não choram

As bailarinas dançaram o quebra-nozes
Em cima dos corpos imóveis
Mas tristes, desistiram
Quando o silêncio persistiu, incólume
A torturar-lhes a vaidade

E o sonho que elas tinham
De expor toda a beleza
Foi levado pelo vento
Junto às suas convicções
Tornaram-se putas baratas
Dançarinas de bórdeis

O que elas ignoravam, decerto,
É que é impossível ser aplaudido num mundo deserto
E as lágrimas devidas
A mais bela das coreografias
Simplesmente, não vieram à tona
Porque os mortos não choram.



Dedicado à Ana, minha, agora, bailarina favorita.

Um comentário:

Diego Garcia disse...

muito boa poesia :D
meus parabéns!