Minhas olheiras falam por mim
Revelam quem eu sou
Quem eu não quero ser
Meus desejos, anseios
O peso que me é viver
Minhas olheiras não mentem
E tem um quê de divinas
Fascinam-me ante ao espelho
Riem-se dos meus medos
Me lembram de quando eu fui são
Minhas olheiras tão negras
Minhas amigas sinceras
Deixem de lado o egoísmo
Dividam meu rosto comigo
Permitam o sangue correr
Minhas olheiras queridas
Eu juro que as amo
Mas devolvam meus planos
Devolvam meus sonhos
Me deixem dormir
Minhas olheiras eternas
Genealogicamente perfeitas
Tão incompreendidas
Filhas dos pais da vida:
A tristeza e o amor
Minhas olheiras reais
Ingênuas por natureza
Sentem-se comigo à mesa
E me desmintam:
Não, eu não estou bem.
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