terça-feira, 7 de setembro de 2010

Minhas Olheiras

Minhas olheiras falam por mim
Revelam quem eu sou
Quem eu não quero ser
Meus desejos, anseios
O peso que me é viver

Minhas olheiras não mentem
E tem um quê de divinas
Fascinam-me ante ao espelho
Riem-se dos meus medos
Me lembram de quando eu fui são

Minhas olheiras tão negras
Minhas amigas sinceras
Deixem de lado o egoísmo
Dividam meu rosto comigo
Permitam o sangue correr

Minhas olheiras queridas
Eu juro que as amo
Mas devolvam meus planos
Devolvam meus sonhos
Me deixem dormir

Minhas olheiras eternas
Genealogicamente perfeitas
Tão incompreendidas
Filhas dos pais da vida:
A tristeza e o amor

Minhas olheiras reais
Ingênuas por natureza
Sentem-se comigo à mesa
E me desmintam:
Não, eu não estou bem.

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