segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A universidade

A universidade,
Santidade do conhecimento
Paisagem esculpida por entre a cidade
Abrigo de notáveis detentos

Advindos de vários lugares
Reunidos em busca da erudição
Portadores de sotaques peculiares
Todos com sede de revolução

Futuros líderes nacionais
Trazendo à tona a racionalidade
Adestrando os semelhantes animais
Com seus diplomas de superioridade

Nos caminhos circulares
Da santa universidade
É que o instinto animalesco
Vence o bom senso

E a seleção natural dos mais fortes
Força os sagazes acadêmicos
A imporem a sua autoridade
à mínima demonstração de talento

Expondo seus fracos méritos
Debatendo nos corredores a salvação
Ganhando aplausos sinceros
E a tão sonhada absolvição

Quando, por fim, deixam o monastério
Sentem falta dos lugares marcados
Dos jogos de cartas marcadas
E do despaltério velado
Com que eram tratados

Formam sua própria ninhada
Em busca do preenchimento do nada
Agora são escravos das palavras
E descobrem que tem um dois de paus
Ao invés de um às de espadas

Sem escolha, seguem em frente
Agora sem a bolha aderente
Rangem os dentes para o Estado
E pegam o primeiro osso jogado
Maldita universidade;
Monumento à saudade.

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