segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

À noite e à vida

Eu venero à Noite
Como deusa que ela é
Porque onde impera a escuridão
Impera a poesia

Reina, então, o sentido,
O sentir, livre
Que antecede o processo
De metamorfose semântica
Numa linha reta,
Que zigue-zagueia, ilógica:
O tempo

E a metáfora da vida
Que essa linha vivida
Representa, tem sido sufocada
Pelo excesso de luz
Eletricidade e alegria artificiais
Que a humanidade se impõe
Para continuar funcionando
Como a máquina mórbida
Que nunca jaz
Porque nunca viveu.

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