terça-feira, 26 de outubro de 2010

Imóvel

Até hoje só vivi em um lugar
Talvez por isso, me considere de lugar nenhum
O meu mundo, todo ele, não possui divisões
Nem lugares no qual eu nunca fui
Vivo em todos os lugares
Que são apenas um
Indivisível

Hão de me perdoar aqueles mais vividos
Mais experientes, que tem tantas marcas pra mostrar
Mas eu nunca soube o que é sair daqui
Tive vontade, até que o medo tomou conta
Até que a fome apertou feito criança

Eu posso até voar, mas rasante
Perto do chão, comendo larvas como os pássaros
Nunca ousando voar tão alto quanto avião
Sem a mínima noção do que irá acontecer
Já que ainda não sei como sair daqui
Desde que nasci, se não me falha a lembrança
É que eu vivo nesse lugar
Uma caverna chamada Esperança.

Sou um pagão esperando a volta do salvador ateu.

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