domingo, 24 de outubro de 2010

O alto da cidade

Aqui do alto da cidade
Da pra ver que os outros dormem
Junto aos meus amigos
Fumamos cigarros e bebemos vodka barata

Aqui em cima, nada importa
Não chega até a colina o cheiro de bosta
Que exala no convívio diário
Aqui em cima a cidade é nossa
E, mesmo que só por algumas horas,
A liberdade bate à porta

Vandalizando como crianças
Rolando no asfalto cheio de lembranças
Um portal pra outro mundo na madrugada
E o calor da amizade, na brisa gelada

Aqui em cima, um socialismo de reis
Somos todos Deuses, somos todos plebeus
Encostados no carro, com vontade de vomitar
Rindo alto e gritando pra ninguém escutar

Aqui em cima, nada importa
Não chega até a colina o cheiro de bosta
Que exala no convívio diário
Aqui em cima a cidade é nossa
E, mesmo que só por algumas horas,
A liberdade bate à porta

Às seis, o sol vem nos expulsar
Por trás do letreiro em francês
Não leva em conta se ali é o nosso lugar
E se voltaremos a ser infelizes
Descendo
Voltando ao lodo
Agora, só a madrugada nos pertence
Vampiros modernos
Mordendo pelo pescoço o sincero presente
Que só a lua soube entender.

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