Vê se sossega e fica quieta
Sou estuprador, mas sou poeta
Nas horas ociosas de ereção
Acabando escrevendo sobre paixão
E não adianta gritar ou pedir
O socorro mora bem longe daqui
Agora a dor do desespero
É, da arte, o principal tempero
Aposto que eras uma menina mimada
O que queres do cardápio: pão ou água?
Trago também alguns versinhos
Sobre o tempo e os gênios extintos
A experiência não foi boa para você?
Que pena, porque eu morri de prazer
Me perdoem de da Vinci a Descartes
Mas o sexo é a melhor das artes
A poesia também tem seu valor
Bem que eu queria poder ser escritor
Quebraria o vaso chinês e com os cacos
Mataria na ilha o homem que queria um barco
Pensando bem, até que você é bela
Apesar de que não foi de forma singela
Nosso primeiro encontro de amor
Passear sozinha,com os olhos dessa cor?
Não quero saber da sua vida, apenas escuta
De tudo que há lá fora, não sou o que mais assusta
Seu corpo, pode até ser virgem de violência
Mas com certeza estupram todos os dias sua inteligência
E se me permite uma pequena colocação
Não do tipo que eu fiz ali, sob o colchão
Mas um comentário, que penso pertinente
Posso ser psicopata, mas não sou demente
Veja o meu caso, aqui na sua companhia
Sem calças ou remorso, fazendo poesia
Você me olha, pálida, com medo da morte
Enquanto mal sabe que ela é a maior das sortes
Porque o mundo está fadado ao fracasso
Eu só jogo esse jogo porque o tempo é escasso
Mas não quero ser hipócrita, até me divirto
O prazer é todo meu e nisso eu consinto
Mas qual a minha diferença para aqueles
Que vão à igreja, mas odeiam toda a gente?
Pensam que são melhores do que eu
Porque cantam músicas e preces para Deus
Eu ao contrário, não tenho máscara
Sou um desgraçado, causador de desgraça
Vamos mesmo para o mesmo lugar
Porque eu iria me propor a mudar?
Minha pena eu cumpro todos os dias
Sendo obrigado a conviver com a hipocrisia
Agora chega de poemas ou lamentos
Vamos logo, porque na segunda sou muito mais lento
Ah, por fim, se te interessa
Não vou pedir nenhuma recompensa
O dinheiro não me presta para nada
E com o tédio, o sexo me faz uma falta danada
É tão jovem, pequena senhorita
Há tempo para se acostumar a essa guarita
Porque se pensas em um dia voltar
Que fique claro que vou te adotar
Que comece o segundo ato!
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